Lástima
Minha voz lateja
É a angústia
Dilacerada, execrada!
Na ávida coragem
De ser quem sou
Não são os lamentos
São os anseios
De ver na estrada
Os restos de história
Dos pés lânguidos
E caras cansadas
No surrealismo existencial
Entorpece-me as palavras
Onde sei que me encontrei
A metamorfose segue adiante
Na contramão desta vastidão
Queixar-se é só o começo
Esse destino não lhe dá direitos
A morte a espreita
Espera sua chance
A minha hora não é agora
Essa é minha resposta
Mas a escolha não é minha
Ela me abraça
Eu não posso fazer nada
A partir de agora
Vou com ela
Para o destino de minha glória!