O Guarda-Roupa
Nao há distância em que me deixes,
Não há corpo com quem te deites
e Eu não esteja lá.
No teu armário,
Na armadura com que te cobres,
Com o fio de cobre com que te enforcas,
Com a faca com que te cortas,
Por trás da corte, onde tu somes.
Na cortina que te assombra,
Na cantina, onde tu comes,
Na despensa, onde te comem,
No pensamento, Eu sigo lá.
Na verdade, que em ti, tu escondes,
Onde sou teu Rei, teu Deus,
teu Conde,
Eu faço casa, Eu moro,
Eu morro.
Eu,
Fonte.