Nanquim
Ontem,
como num acalanto,
estive entre o riso e o espanto.
Lembrei dos ventos frios
e da lua de brilho raro,
quando sempre me deparo,
com a lembrança
dos teus traços,
e assim,
revivo os abraços
e os sonhos
outrora rascunhados.
Hoje,
em pé na varanda
percebi que suas pegadas,
a tanto tempo cunhadas
em minhas ruas de nanquim,
ainda não se apagaram.
E como de praxe,
minha esperança de guache
se borrou com meu pranto.
(Do livro "Murmurando Ventos" de Anderson Julio Lobone - 2007)