Por vingança
LHenrique Mignone/Maria Helena Castro
Serei como o sândalo que perfuma
A lâmina do machado que o corta
E terei minha alma sempre morta,
mas não me vingarei de coisa alguma
Se um dia perdida em meio à bruma
resolveres bater a minha porta...
Mesmo que possa parecer pura vingança
Serás acolhida como a criança
Separada dos pais e ora retornada
como o filho pródigo que entre beijos e abraços
É de novo acolhido em meus braços
Ansioso por ouvir de sua longa jornada.
E ao invés de qualquer reprimenda por teu feito,
dormirás de novo em teu leito, como antes
Lembrando o tempo em que éramos amantes.
Em troca dos desgostos que porventura me deste,
mais carinho terás do que porventura tiveste;
com os beijos que me deste multiplicados.
Para os que retornam pelo amor vencidos,
A vingança maior de quem foi ofendido
é saber perdoar quem lhe há um dia ferido.