PIRATA POETA
Linda noite de verão
Suavemente
As ondas do mar quebravam na praia
Na minha frente, um pirata
Tocando um violão.
Sutilmente, nos envolvíamos
Com palavras soltas
Que se encontravam no ar
Um olhar mais interessado
Começou a despertar.
Não sei quando te quis
Talvez, quando te ouvi cantar.
Talvez, quando te dei a metade do último chocolate.
Talvez, quando vi pulsar poesia em ti.
Despertou o desejo de te ler
E de te escrever em mim.
Bem deitada estava
Quando o telefone vibrou
Era mensagem do pirata
Daquele pirata cantor.
Pelos ventos que sopravam
Nem sei quem seduziu quem
Mas, aceitei o seu convite
Pois curiosa fiquei.
Minha intensidade me levava
Para os braços do pirata
Que ali eu desejei.
Entrei num navio desconhecido
Ancorei no teu olhar
Atraquei no teu beijo
E no teu corpo me pus a navegar.
Logo eu
Que não costumo dar meu carinho
Me peguei sentindo seus cabelos entre meus dedos
Como quem acarinha uma seda.
E o que ficou daquela noite?
O gosto de um beijo defumado
Por um cigarro qualquer
Da boca de um pirata
Que eu não sei quem é!