RECOMEÇO
De nada adianta a quem se foi
Se você arranjou um novo amor
O rio renovado a cada instante
Não represa água que passou
Quem parte para uma nova vida
Quando esta não existe mais
Deixa aqui espinhos e rosas
Um aceno na beira do cais
Da abelha guarda-se o néctar
O pólen, essência da flor
O afago doce do vento
O luar, o sonho, o calor
Tempestades singram a jornada
Nem sempre o mar é ameno
Da cobra, símbolo da maldade
A cura se extrai do veneno
Mas o Senhor do mundo, o tempo
Balsamo de mágoas e feridas
Chave do baú de planos
Gênesis do fim e da partida
Faz desta vida vivida
De todas a mais importante
A chance de recomeçar
Pra quem fica ou segue adiante