MASSA DE MANOBRA

Há quem vê na noite escura

A lua iluminando o céu

Acha que o doce do açúcar

É o mesmo do favo de mel

Há quem compre alma pura

Por um décimo do que ganhou

Crê que tem lugar no eden

Por repetir “Gloria ao Senhor”

Há quem julgue no passado

Os tropeços do caminhar

Porque poliu bem a casca

E pintou para disfarçar

Há quem a vida sufoca

Roubando-lhe o essencial

A mesa, o teto, o emprego

Ou corpo padece de um mal

Há quem faz da compaixão

Um manto que produz calor

Há quem ganhe mais que o pão

Pregando esperança e temor

Há quem lhe estende a mão

Faz tudo pra ajudar

Mas, há quem usa a pregação

Pra poder manipular