SANGUE NORDESTINO

As férias acabaram

Sentada em meu sofá

Vendo as fotos tiradas no passeio

Relembrando a ida em minha terra natal

O fogão a lenha, cadeira de balanço.

A rede na varanda

As historia dos mais velhos

Volto ser uma criança

Menina do vestido rodado

Comidas feitas na panela de barro

O sol quente do nordeste

Só sabe quem foi criado lá

As noticias correm

Os parentes de São Paulo chegaram

Querem saber das novidades

E vem toda a família de todos os cantos

Os Primos, tias e sobrinhos.

A casa cheia

Construção simples com uma cobertura em 4 águas

Mesa grande na varanda

Logo vai sendo forrada

Tudo simples

Todos os tipos de comidas

Que saudade

Milho cozido, arroz doce.

Feijão colhido das terras da família

Feito na panela de barro

Cozido no fogão a lenha

É outro cheiro é outro gosto

Churrasco e lado de fora

Conversa vai

Conversa vem

Bebidas para quem gosta

Pinga bebida forte

E para as molecas

Suco feito das frutas

Colhidas de trás da casa

Muitas risadas

Historias quando éramos crianças

Que nem lembrava mais

Sentada aqui sinto saudade

Até dos tapas mantando as muriçocas

Entravamos noite adentro

Com a luz da lua

Dormi, dormíamos pouco.

Só quando estava clareando o dia

Mais logo já levantávamos

Com os converseiros lá na cozinha

As mulheradas reunidas

Com cheiro do café

Encima da mesa broa de milho

Bolos de vários sabores

Queijo, leite tirado da vaca

Mesa farta

Após o café

Arrumamos nossas coisas

Roupas fresquinhas, sandália.

Fomos da uma volta relembrar

Tempos bons de nossa infância

Nestas horas como queria voltar no tempo

As brincadeiras, o banho no rio.

A ida para escola tudo simples

As festas, nossa mãe fazia nossas roupas.

Feito com amor

E muito carinho

Eu era feliz mais não sabia

Ateimamos em crescer

O tempo passou crescemos

Casamos temos filhos

Hoje estou com minha família

Na terra que nasci

Pegamos nossos carros

Fomos para os pontos turísticos

As praias, os barzinhos.

Muita gente bonita

Os primos

Mostrando tudo que mudou

Neste tempo que passamos fora

O gostoso

E tirar as sandálias dos pés

E sentir o calor da terra

Os pés ficam vermelhos do pó

Parece que conhece

Quem esta pisando sobre ela

O triste é saber que temos que vim embora

Voltar as loucuras do dia a dia

Trabalho, correria

Deixar para trás o sorriso da família

Que ficou

Dos tios, primos

Do cheiro do café

Do leite tirado da vaca

Tudo de bom

Das frutas colidas do pomar detrás da casa

Bem que queria que as férias

Demorasse mais um pouquinho

Mais tivemos que voltar

Com a tristeza no olhar

Só me restou a saudade e as fotos

Mais a alegria no coração

Em saber que moro na terra da garoa

Mais nas veias corre o sangue do nordestino.

Paulo pereira

Paulopereiradeoliveira79@gmail.com

PAULO PEREIRA
Enviado por PAULO PEREIRA em 12/03/2021
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