Tediocidade

Quase sempre, qualquer hora

Um dia, tudo ou nada

Esse agora sem valor

Na mente, a hora esperada

E que nunca é agora

E o agora só atrapalha

Mas se não chega, como ir,

E sobrepor a essa muralha?

Uma realidade presa

A ser devorada pelo tédio

Que imobiliza qualquer ser

Como a víbora do deserto

Lá fora nada é real

Quem pode se esconde ou corre

Tudo é ânimo de capital

Pro entediado que não morre