TEXTURA DA DOR
De que cor tu és,
Pálida, cinzenta ou fusca...!?
Não respondas com o tempo,
Só sei que dóis cá dentro,
Num misto de angustia e solidão,
Distante da voz da razão,
Trazes espessa a negra névoa,
Que encobre a visão,
Tal dia frio, não há lugar pra emoção,
Senão o exalar que sufoca o coração,
Cortante grito da alma,
Nó atado na garganta, o sentir em aflição,
Será essa a sua textura,
Diz-me, que ao menos tens cura,
Pois, ainda sobrou réstio de amor,
O peito não calou-se por completo,
Embora sofrido, ainda és sentimento,
Até ao último desmoronar da vontade,
Até a última gota da saudade,
Lá no fundo vejo a sua textura,
Não estás isolada,
Pois és um sentir de emoção partilhada,
Do marasmo da alma,
Que busca na essência do silêncio o amor,
E faz do colorir a textura da dor,
Quando da falência e do desespero,
Surge a força que nos catapulta,
Cansados, vamos à luta
Tomando as rédeas para pintar,
A nova textura na paleta da vida (...)
(M&M)