TEXTURA DA DOR

De que cor tu és,

Pálida, cinzenta ou fusca...!?

Não respondas com o tempo,

Só sei que dóis cá dentro,

Num misto de angustia e solidão,

Distante da voz da razão,

Trazes espessa a negra névoa,

Que encobre a visão,

Tal dia frio, não há lugar pra emoção,

Senão o exalar que sufoca o coração,

Cortante grito da alma,

Nó atado na garganta, o sentir em aflição,

Será essa a sua textura,

Diz-me, que ao menos tens cura,

Pois, ainda sobrou réstio de amor,

O peito não calou-se por completo,

Embora sofrido, ainda és sentimento,

Até ao último desmoronar da vontade,

Até a última gota da saudade,

Lá no fundo vejo a sua textura,

Não estás isolada,

Pois és um sentir de emoção partilhada,

Do marasmo da alma,

Que busca na essência do silêncio o amor,

E faz do colorir a textura da dor,

Quando da falência e do desespero,

Surge a força que nos catapulta,

Cansados, vamos à luta

Tomando as rédeas para pintar,

A nova textura na paleta da vida (...)

(M&M)

Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko
Enviado por Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko em 11/03/2021
Código do texto: T7204562
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