Menina da rima

Ela, tão bela donzela

Andando e cantando

Sobre atos e fatos

Coisas da vida sofrida

Que tantos no entanto

Só esquecem se adormecem

Ela, postura à altura

De olhar subliminar

Que não segura amargura

Se forte, com sorte

É resistir e sorrir

Rosto pintado de poder

Tão bela, aquela que sabe viver

Sempre passando, impressionando

E deixando no ar

A dúvida, sem dúvida é

Como podemos nos ter,

E nos perder nessa posse?

Confesso que Ela é atroz

Um rosto belo, um gesto calmo

Que atiça a cobiça

Do corpo vazio com copo cheio

E sem premissa nem preguiça

Ela existe e atiça em mim

Uma bomba, e o pavio

É aquele calafrio

Do toque e das palavras