VOU ESPERAR PELO PRÓXIMO TREM
O trem parou
O cenário era deslumbrante
Eu nunca vi nada tão bonito.
Foi só quando procurei por algumas referências
Que vi que me tinha enganado na estação
Eu saí no apeadeiro.
O que faço agora
Este não é meu destino!
Eu comprei a viagem para a Índia
Com destino a Bombaim
Terra de mistério e ancestralidade.
Um beija-flor sussurrou no meu ouvido.
E rindo voou
Eu repeti a pergunta, o que faço agora?
-Apanha outro trem
-Destino?
-Se eu te disser, não tem graça nenhuma
O beija-flor está certo.
Eu vou para Bombaim.
Fui enganada pelos meus sentidos
Neste mundo cão, salve-se quem puder
Com a sensibilidade á flor-da-pele
Isto definitivamente não combina.
Eu vou seguir o conselho do passarinho
Sem expectativas
Deixando-me guiar
Ao sabor da brisa perfumada
Vinda do mar
Com notas odoríferas das lágrimas resinosas
Dos exóticos pinheiros azuis
E da folhagem dos eucaliptos!
Vou esperar pelo próximo trem
Eu quero terminar a viagem
Antes de partir para a outra margem!
©Maria Dulce Leitão Reis