OLHOS QUE NÃO VÊEM
Ás vezes nem sei que pensar
Se penso muito...
Provavelmente não faço nada
Ou corro o risco de errar
Como saber qual a situação que está certa?
Em tantos momentos
Parece ser tão real, a minha intuição
Que um doloroso aperto
Se insinua e introduz no coração
Porquê?
Porque eu lido muito mal com a mentira
Então prefiro fechar a mente
E acreditar que estou errada
Tão simplesmente!
Assim dou primazia á alegria
E deixo a tristeza acomodada
Mas bem no fundo, eu sei que estou certa
Os meus sentidos colocam-me em álerta
A razão força-me á evidência
Mas o coração é tonto e não desperta
Prefere ficar em estado de dormência
No fundo poupa-me dissabores
E vou vivendo consciente na ilusão
Acreditando que é por amor
Para não fazer sofrer o coração
Tantas vezes me faço de parva
Como se não entendesse nada
Apenas finjo não entender
Porque já estou cansada de sofrer
O coração sente
E anseia pela verdade
Eu sinto quando alguém me mente
Mas como diz o ditado português
Olhos que não vêem, coração não sente!
E eu corro atrás da minha felicidade
Só mais uma vez...
Ilusão, ou mesmo verdade?
Porque eu não quero acreditar
Mas no fundo, acredito nas palavras
De Antoine De Saint-Exupery
"Só se vê bem com o coração...
O essencial é invisível aos olhos"
©Maria Dulce Leitao Reis
06/03/15