Despedida do Poeta
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Despedida do Poeta
Cai a noite em desafio à própria morte.
O vento que zuni no salso chorão, arranca estampidos
de seus chicotes, açoitam o véu da despedida
no jaz silene da terra fria.
Poeta em lápide do adeus, deixa marcas
de lembranças que retumbam no admirador
inconformado, na dor de não mais ouvir, ler,
sentir as palavras que os confortavam.
Flores enfeitam a fria pedra do adeus,
ele imortal deixa nos versos o consolo
de quem do além fará cair versos nos
cânticos de querubins em companhias
de lindas harpas celestiais.
"Posto que do outro lado
me tenho na orbe do bem
além dos tempos em quimeras
Sou um trabalhador também."
Quando ouvires os estalar das folhas
de algum salso chorão, tenha a certeza
que algum poeta estará compondo uma
linda sinfonia.
Paulo Mello
08.10.07