Nua

Uma leve camisa de seda branca

sobre o meu corpo assentava

alças finas sobre meus ombros

a seguravam...

Passei em frente ao espelho

do roupeiro branco do quarto

e vi-me nele refletida vestida e nua

e ali parada fitei o meu corpo...

Olhei-o, examinei cada pedacinho

cada curva, cada nova dobrinha

que com o tempo e a idade

vão aparecendo e esticando

uma ou outra cicatriz "velhinha"

Toquei-as, senti-as, recordei-as

Já não senti vergonha de as ver

ou que alguém as possa vir tocar

afinal são minhas marcas de luta

contra um potencial vencedor,

em que até agora foi um perdedor

São minhas medalhas de coragem

minhas tatuagens de uma vida

onde está expresso que sobrevivi

a um processo de intensa luta e dor...

Agora sim, sei o quanto sou forte

sou mais que um corpo com cicatrizes

sou uma mulher que lutou e venceu

que veste o corpo agora curado

que toca e sente a sua pele branca

que todo a sua essencia e ser é amado,

porque sou amor da cabeça aos pés

e aprendiz repleta de fé e esperança!

Maria Irene
Enviado por Maria Irene em 07/03/2021
Reeditado em 25/03/2021
Código do texto: T7201006
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