AS SOMBRAS DO PASSADO
Enovelada em densos novelos, de dor e solidão
Assim vivi longo tempo, embrulhada na ilusão
Ilusão que tudo melhorasse
Ilusão que ele me quisesse e amasse
Do jeito que eu precisava e queria
Com ternura, carinho, compreensão
Algum mimo e avassaladora paixão
Mas nunca que me maltratasse
Por razões sem razão
Na sua mente, habilmente arquitetadas
Olhando agora em retrospetiva
Já vejo tudo tão dissipado
Obra magnânima do tempo
Que a tudo graças a Deus, põe cobro
E assim repara o coração quebrado
Eliminando tristezas e agonias
E substituindo o choroso fado
Pelo dobro do riso e das alegrias
As sombras do passado...
Quer remoto ou recente
Drasticamente pintadas de negro
Agora apenas esborratadas levemente
Já não me afetam nem causam medo
Libertei-me com coragem e ousadia
Fiz o luto á dor, no tempo suficiente
Abraçando depois o tão sonhado amor
Que me esperava no presente
Deixando para sempre a dor
Vivendo finalmente em paz e harmonia
Hoje estou com o passado reconciliada
Alegremente voltei a dedilhar
As cordas tangentes da minha guitarra
Libertei o coração de toda a amargura
Não há mais sombras escurecendo meu dia
Hoje sou como sempre quis
Bem estruturada e muito bem amada
E sei que foi preciso sofrer
Para encontrar um mundo de ventura
Um mundo onde me dá muito gozo viver
Nao posso deixar de agradecer
A quem tem um papel preponderante
Obrigado meu grande amor
Seremos felizes daqui em diante!
Maria Dulce Leitao Reis
18/02/15