A REALIDADE DO TEMPO

O pano caiu...descortinou a fantasia, acabou a passageira alegria, não há mais sentido fingir crer no que já não vejo, que há realidade em ilusórios desejos, não há como voltar a ser.

Não é só um fim de cena, não há mais um verso para esse infindável poema, nada pode me voltar a pertencer.

Sem cenas para os próximos capítulos, sem reprise... Nada volta se já não é mais e nem posso fingir que tanto faz.

Deixará memórias, bem sei.. O maravilhoso tempo de criança, onde todos os dias se refazia a esperança, e o colo era o perfeito abrigo.

Valeria a pena sim ser visto de novo, ser vivido de novo, e até propositalmente falhar em certos atos só para reviver todo aquele sentir. Mas, nada daquilo está mais aqui.

Ah, como eu queria que a vida fosse um livro ao invés de cena, voltar aos tempos das canetas de pena e recomeçar da primeira frase, reexistir em cada fase, e sermos essa história que criamos, que nos criou, nos reinventou, e pular a última página de volta a outro "era uma vez"...

Mas a realidade se fez!