Primavera

Sob um carrancudo céu metálico,

Como caracteres em itálico…

Ou garrancho, homens tortos.

Não, não, eles não sabem voar,

No ar! Encenam um film noir…

Tal negativo dessas fotos.

O relâmpago dubla,

O tempo que nubla...

Nuvens carregadas de querosene.

Floresta em chamas,

Tiram da mão do IBAMA…

Dão pra IBM.

Onde nenhuma fênix renasce,

Querem ser da família Onassis...

Verde e azul? É só cor de nota.

Do arco-íris, quem sabe o paradeiro?

Se os últimos serão os primeiros..

A esperança já está morta.

A tudo isso se contrasta,

As cores da minha bandeira rasta…

Sou lisérgico, fumaça de kaya.

Primavera? Tá falando a própria,

Embebedo as cores sóbrias…

Até que uma a uma caia.