habita em mim.
Outro ser vive em mim e me faz miserável.
Ele ganhou, toma todas decisões, cria fantasias, me espanca, humilha, oprime.
Eu tento olhar para fora, mas ele fecha a porta, e a melancolia toma conta de mim.
Eu sei oque há lá fora, lembro da beleza e do calor, do ar fresco e das pessoas radiantes, que há um sorriso, abraço, beijo, carinho, alguém.
Eu respirei, olhei, senti.
Abracei, beijei, sorri.
Mas ele chegou, tomou conta de mim, e hoje só restam lembranças deterioradas pelo tempo.
Possivelmente não sairei por essa porta em pé, e a única saída seja transcender aquilo que me mantem prisioneiro, pois, quando só restar meu corpo ninguém poderá me manter aprisionado nesse breu sufocante.
Por enquanto fico aqui, sentado nesse canto escuro. Perdendo a batalha para esse outro ser que habita em mim. Esperando que um dia possa voltar a sorrir.