Encontro

Aquela mulher resolveu se dar amor

Alimentar raízes e seu mundo interior

O frívolo mundo não lhe bastou mais

Simular adequação ela não foi capaz

Sempre corria e se abatia até cansar

Em círculos não podia mais caminhar

Antes seu peito era pesado e arfante

Havia de dar um jeito, fazer um levante

A verdade é sempre subjetiva e fluida

Dá para enlouquecer se não se cuida

A mulher deixou as tensões diluirem-se

E que seus músculos descontraissem

Assim sua mente flutuou na correnteza

Mantendo realidade e fantasia coesas

É possível ser são dentro da ludicidade

É só lançar sua âncora sem ansiedade

Então ela parou de se inflingir castigos

Abandonou o sofrimento sem sentido

Abraçou a criança que já foi um dia

Afinou-se com o Universo em sinfonia.