Petulância

Nasceu com defeito

Era mais que a boca concebia,

Mais que as espingardas gastas

Jamais alcançariam.

Era frevo mulher, "frevendo".

Na testa um superlativo

Que um super latino

Rechaçava, negava.

Matava com a íris,

Com facadas de Íris

Golpes de Íris

Nas entranhadas carnes cegas.

Petúnia opulenta!

Sangrava pelos poros

Mas dizia tudo quanto fosse

Falava do que queria.

O petulante nunca morre

Fica ecoando nas beiradas ribeirinhas

Nos topos, nos trópicos

Nas lonjuras temporais e atemporais.

O destino era fazer história.

Foi feita sem muita glória.

Fez da convicção seu propósito

Fez do esforço sua desgraça.

Cyntia Pinheiro
Enviado por Cyntia Pinheiro em 02/03/2021
Reeditado em 02/03/2021
Código do texto: T7196794
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