Redemoinho de sol

distraído, não repara meu vestido. não zanga, não causa discórdia em meu campo de paz. Quando seu olhar sai cedinho para comprar cigarros, veneno e fogos de artifício. exagerado e inacreditável, desfila como se fosse dono do mundo, bajulado pelos bares, da noite mais perfumada, dançando por toda parte com a cabeça transbordando azul cobalto profundo em dias claros, destilando um ar reverente na frase. Quando volta, o homem que eu amo traz os olhos enfeitiçados, purgado de crime e castigo, e uma pele por nascer. Furioso e profano, diz que o vento rasgou a bainha da sua calça. O sol vai ficando encharcado de chuva, a dor escondida dobra-se como noite sob o baind-aid agudo, pronta para florescer ao primeiro sinal de umidade, causando um redemoinho de sol no colchão. Como uma dor de dente que me falta.

Vania Lopez
Enviado por Vania Lopez em 01/03/2021
Código do texto: T7196171
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