"O SER BRUTO" Poema de: Flávio Cavalcante
O SER BRUTO
Poema de:
Flávio Cavalcante
I
O ser bruto que não deixa esmorecer
Homem brabo do tranco e barranco
Braço forte que não admite estremecer
Do fogo, ferro fundido, aguenta o tranco
II
A fortaleza mais invencível da esfera
Resistindo às enfermidades epidêmicas
Resistindo também às adversidades da era
As chagas abertas por farpas endêmicas
III
Surreal é o que sabe do erro e não quer aprender
Como um asno que não quer enxergar os lados
Trabalha desde a aurora até o alvorecer
Levando no lombo os mais pesados fardos
IV
Chicotadas marcadas em estrias ardentes
Pra ver se o ser bruto acorda pra vida
Aproveita a oportunidade de plantar as sementes
Limpando seu espírito, cicatrizando a ferida
V
Assim o perdão é certo e a missão será cumprida
Os anjo irão cantar e proclamar sua vitória
Farão sua cama nos céus pra hora da sua partida
E ficará seu nome marcado pra sempre na história