PROSTITUTA
Mulher de muitos homens,
De homem algum!
Porém, mulher,
Cada vez de um.
Um corpo emprestado ao mundo
E um mundo profundo de desilusão.
O mundo dela, sequela d’ela, somente d’ela.
Alguém apontou e disse: olha ali,
Uma “mulher da rua”,
Meretriz, quase nua!
Uma mulher da vida,
Uma perdida,
Uma esquecida!
Uma mulher da zona,
De vida profana
Atrás de grana;
Uma “capistrana”.
Após “jogar pedra”,
O amigo ao lado, disse: veja bem,
Ela está diferente,
Está pintada e até atraente,
Mas acho que é a sua filha;
Olhe bem!
Ênio Azevedo