O PARTO DE BENTO

Não cabe no espartilho, fabricou novo filho

Sempre ilusões das efêmeras paixões

Acaricia a barriga, entre a reza e a figa

Os olhos vermelhos não ouviram os conselhos

Na noite sem pressa, esperança na promessa

Que um dia vá voltar e formarem um lar.

O estômago embrulha, chama a rádio patrulha

Pede a nossa Senhora, pouca dor na hora

Dar à luz, somente aumentará sua Cruz

Passo lento, sente o vento secar o pranto

Olhar distante, queria melhor sorte

Aperta com orgulho o pequeno embrulho,

Dá-lhe abrigo, entoa um acalanto antigo,

O homem sonolento, chama-lhe à razão

Que nome terá o rebento?

Num repente, a urgente decisão

Que Santo é esse sobre a sua mesa?

São Bento! A resposta com certa surpresa

Silencio um momento...

Meu bebê vai chamar-se Bento

Certidão na mão, despercebida

Segue a vida na multidão...

Pedro Galuchi
Enviado por Pedro Galuchi em 25/02/2021
Reeditado em 25/02/2021
Código do texto: T7192817
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