Violência contra a Mulher
Socos e pauladas,
Palavras que são como flechas em teu peito
Âmago ferido.
Uma escuridão engole seu coração, mulher
E a tempestade perfeita que se inicia,
Apenas por ter se atrasado.
O jantar não está na mesa,
E o homem lhe aguarda com o cinto na mão
Desferindo socos e pontapés
Por apenas ter se atrasado.
É difícil ser mulher em pleno século 21,
Onde todos olham seu corpo com desejo ou desprezo
E no transporte público passam a mão,
Sem pudor ou discrição.
Suas roupas compradas com sacrifício do teu suor,
São rasgadas num acesso de ciúme do teu companheiro.
Ele corta sua pele, estraçalha sua alma
Neste jogo de poder e submissão
Apenas por ser homem.
Por pura diversão,
Faz dos seus sonhos virarem pesadelo,
Restringindo todo seu dinheiro
Tomando conta de suas saídas.
Está poesia para muitas mulheres,
São pura realidade.
Onde as rimas se perderam
No caminho de tua solidão.
Os compassos exairam em cada surra,
E tudo virou cinza.
Seus filhos, mulher
Não são frutos daquele estrupo,
São peças de um jogo
Onde deve buscar forças e lutar por tua dignidade e não abandona -los.
Ele trouxe flores como pedido de perdão,
Fazendo juras de nunca mais acontecer
Até o dia em que voltar a beber
E desferir mais um soco.
Até quando suportar está violência, mulher ?