a casa
desprende-se
da parede mofada
a palavra-tempo
silenciosa
observa a poeira em nado lento
entre os filetes de luz
preguiçosos a entrar nos vãos da sala
cheia de histórias não contadas
cada cômodo dilata-se
submerso em ausências
“Houve muito amor nessa casa.”
sussurra contemplativo algum fantasma
estático
entre um espelho quebrado e um porta-retrato
mas à Palavra pouco importa o passado
*
Publicado na Revista Gueto
18 de fevereiro de 2021
https://revistagueto.com/2021/02/18/seis-poemas-de-diana-pilatti/