NOTÍCIAS DE MORTE
Dor de saber sobre a morte...
Tal moribundo, atenho-me à dor
Desalento que a mim chegou
Eu sem querer sequer supor.
Um ai, que ainda nem se revelou.
Dor que tomou posse de mim.
Deixando-me tão triste assim.
Percebo perplexa, o meu reflexo.
Pareço um ser sem nexo.
Fico enterrada em sofrimento
É o avesso do que eu sou
Por causa do anjo agourento
Que uma viçosa vida ceifou.
Dói! Choro, bato no peito,
Desce o véu, a lágrima esvai.
Sofro, choro, não tem jeito...
Ele se foi; mas, a ficha não cai.
O viço cedeu vez ao desalento.
O caminho não tem mais volta.
Preciso seguir, por ora, nem tento.
Vem anjo bom!? Enlaça-me, escolta.
Há a esperança que ora me destroça
Há a fortaleza que ora me deixa sem força
Há a Serenidade que ora me encontra aflita,
Estou triste, fraca e atada nesta dor maldita.
Um lamento que não passa
Um ai que traz morte no nome
Que me sufoca feito fumaça.
Lamento que me consome.
Uma dor que me atormenta,
Lancinante golpe na alma
Um dó, na perda, que só, se lamenta
Triste sorte, que vem e mata a calma.
Vens de repente, és cruel,
És foice, és veneno, és serrote,
És veneno, tens gosto de fel
És o caos, és fatal, ó dor de morte.
Madalena de Jesus