Devaneando

O amor chegou feito um raio

riscando o céu, quase a cegar

e meu corpo, antes pesado, mudou...

atingiu a leveza, flutua agora

apesar de faltar o ar a todo momento

à menor lembrança do ser amado.

Agora, sou apenas meus sentidos

o tato, a pele em fogo e os devaneios

a primavera me entra pelo corpo

pólens, pétalas coloridas, beija-flores

E eu flor, colorida de amor

em mim já posso sentir as mãos suaves

que me irão desfazer, pétala a pétala

explorando meu perfume e meu néctar.

Abertos todos os céus, neles passeio

tomando para mim estrelas

reivindicando a lua e suas serenatas

e os gatos cantando em dueto nos becos.

Não disse que me perco, que viajo e devaneio?

É a doce loucura de quem ama...

Francis Faria
Enviado por Francis Faria em 01/11/2007
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