Meu último amor
Meu último amor
Existirá?
Neste tempo, já contemplo
O fim dos tempos
Se não o de toda a gente
Ao menos, para mim...
Questiono, assim
Se ainda virá alguém
Com um olhar, um sorriso
Algo que acalente
Meus já pesados anos
Minha fronte nevada
E meu coração... de menino?
Contaria a essa última amada
Que o coração é coisa danada
Não envelhece...
Por isso, pelas ruas vazias, paredes nuas, sem pistas tuas
Te procuro, te espero
Nada mais quero...
Me encontras? Que sorte!
Morte?
Eras tu, por azar ou fortuna...
Partirei então contigo, Dama de Negro,
Numa noite escura em tua negra escuna
Sob uma clara lua,
Refulgente e inteira,
Minha amada derradeira...