Dever-se-ia ser-algo?
Assim como ontem,
Ou deveria dizer,
Assim como sempre fui?
Penso que essa tal concordância foi por demasiada combinatória,
Meu raciocínio é muito mais rápido do que minha escrita,
Essa é a grande desvantagem e que me enche o saco,
Fazer o quê?
Nada,
O mesma nada que é o de sempre,
É?
Nada não é,então algo é?
Sempre foi em contínuo,
Prolonga o não ser-algo,
Abstém-se do ser-algo,
Para só aí,
Deixar de existir,
E passar a ser?
Ser jaz palavra,
A substância do ser-algo é não ser nada,
O oposto recebeu a denominação indevida,
Sim,foi...
Tudo o que há,é o que não deve ser,
Pois há...
Eu simplesmente não entendo...
Por que deixamos a
Para ser-algo?
Não,
Não!
Não me venham com discursos,
Nenhum silogismo sintetiza a vida,
Então me deixa com a minha intuição.
Intuição?
Em que sentido?
Novamente...
Não aos nomes e conceitos,
E não venha me empurrar sistemas,
Pois somente com minha mente,
Eu faço muito mais.
Veja...
Escrever é desacelerar,
Pois muito mais jaz em minha mente,
Somente superfície da essência,
E nem lápis é.
Da mesma forma,
Falar é deixar-se,
E deixar-me
Nunca me foi desejado.
Então não,
Não!
Não me tirem de mim!
Por que deveria eu me preocupar com o que falo?
Por que deveria eu falar se eu penso muito mais rápido?
Eu não sei de onde surgiu essa ilusão,
(Bem,quer dizer,eu sei)
De que o cérebro e a boca estão em ligação instantânea,
E não,
Não estão...
Se boca fala,
Cérebro cala,
E o tempo entre cada palavra é muito curto,
Por isso o falar rápido quase sempre reflete o esvaziar,
E novamente digo,
Por que falar?
Eu simplesmente não entendo um bocado de coisa,
Como por exemplo,
Por que deveria eu me prender a uma essência?
Se minha essência é não ter essência?
Quase que como uma esponja,
Meus olhos captam como câmara fotónal,
A forma,
Entendimento,
E compreensão.
Então por que deveria eu ser-algo?
Por que deveria tu ser-algo?
Tudo o que existe provém de uma negação,
E ainda dizem que eu que faço uma,
Eu em,
Vai entender...
Quem disse que existe ligação direta entre eu e o mundo?
Quer saber,
Tem certas coisas que nunca vou entender,
Enfim,
Vou voltar a ser,
Eu?