PRESENÇA DE AUSÊNCIA
E o que era já foi...
Sumiu, venceu o ar, comeu o sol e entrou no buraco da minhoca
Não deixou vestígios tampouco adeus
Saiu sem avisar mas se fez ausente com peso e veemência
Nos deixou lá olhando pro horizonte e segurando uma lágrima no canto do olho, gorda e salgada como uma bolha de oceano
Ficou então aquela brisa macabra, nada aliviante e toda fria
Como a velha cinza, como a maré ressacada e o olhar morto
Como a infância perdida e a maturidade desperdiçada
Olhei de novo, tentei enxergar um resquício entre a bruma
Mas nada...
Só o nada
O gigantesco, continental e implacável nada.