Oh! Falsa Morte
mais uma vez, suave amigo
ouso falar diante de voz
que meu fardo é grande demais
e vaga fortalecendo-se errante
por caminhos antes verdes
de tão sombrios que ficaram
tornaram-se mais breus que a trevas
neste amargo instante
a cora da solidão me espeta
e já doído meu peito está
de futuras saudades que me maltratam
morreu o poeta, nasceu o homem rústico
se presume que todo artista seja eterno
e mesmo que sua Obra seja esquecida
ainda assim, presume-se eterna sua Obra
estranha, imortal, singular
quem sou eu, falso escritor de poesias
a morte que chega e foge
dança à minha frente sorrindo
elege-se a rainha do Sol
enquanto a Noite faz-me travesseiro
foge e chega morte que me consome
vai-te daqui, para os confins de quem não me quis
clarear-se com meu brilho solar
enquanto minha alma, rediviva
engrandece-se das experiencias adquiridas
foge morte inexistes
tu não existes, oh! morte falsa
que um dia me seduziu
mostrando as maravilhas do solo
agora, desperto e acordado falo-te
aos pés de teu ouvido
suma daqui falsa ideia de derrota
a morte, insistente que é
chorou amargamente a sua perda
florins apertadas na cintura
mostram sua fraqueza triste
que, para os incautos é foice
de verdade, é apenas pétala triste
pedaço de uma flor que um dia sorriu
ah! morte, um dia te achei bela
hoje, compreendo-te como fuga
pois a vida insiste em vencer-te
a cada instante da eternidade
afugenta-te daqui fracasso mortal
associe-se com quem lhe dê abrigo
seja sua prisão e sua condenação
por levar almas ingênuas ao suicídio