Acalma-te

Acalma-te oh minha filha poesia

Acalma-te oh meus netos versos

Que esse útero ainda é fecundo

E ainda há muito o que se dizer nesse mundo...

O coração ainda bate

E as mãos umedecem na chuva da emoção

Vem vento e trovão

Mas ainda tenho todos os ingredientes para fazer um pão

Eu sou a velhice e vocês juventude

Penso que estou doente mas eu tenho saúde,

O que diria os compadres da esquina?

Tantas portas e janelas abertas

Deixando a paz passar despercebida

Estamos numa decida

E logo logo encontraremos uma saída,

O alarme toca e é tudo retórica

A vida se esvai por aí

Quebraram os copos de vidro

E saquearam as munições da justiça

Eu vejo e revejo a fita

E estou morrendo de tédio

Mas antes que me mate

Joguem-se ao papel e vamos matar a saudade