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Basta, velha besta!
Tudo finda em lenta
Trilha desonesta --
Clama, não comenta
Seu suor à testa,
Seu declínio -- aguenta,
Pois, seu fim de festa,
Se paz à tormenta.
Geme em vão, protesta,
Queixas de jumenta
Em formas modesta,
Mau verso em que tenta
Arte manifesta --
Mente bolorenta,
Mente muito, testa
Limites que inventa.
Basta! Já não resta
Fôlego aos noventa
Se a musa, funesta,
Tá puta e arrebenta.
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