UM MANTRA PARA OS LOUCOS
Preciso do tom
Manso e frio de um Fá
Para embriagar
Minhas memórias de pestana…
O calor
Já me queimou demais
E brasas cinzas
Não aquecem os ecos
Outonais do coração…
Já fui Sol,
Ré, e olhe lá
Se me resta ainda um mol
Para desnudar os acordes
Do mais simples ser…
Vento e magia me acompanham,
Porque às beiradas da loucura
A música se faz o remédio
Mais puro e misterioso
Para curar o tédio da sanidade…
In "Espectros Poéticos" - Itacaiúnas, (2020).