SORTILÉGIO
Pobre feiticeira...
Corta os espaços nos claros da lua,
Escrevendo em purpurina presságios benfazejos,
Coalhando de votos o manto do céu!
Não mais prepara filtros de amor
Nem espalha sortilégios;
Não se disfarça em fada-madrinha
Nem abre o Livro Secreto.
Não mais Sibila, Cassandra nem Circe.
Houve um tempo,
É verdade...
Operava o destino, tornava-o Fatu,
E enlaçava-se sem pudor ao Príncipe do Ar
Nas noturnas festas sabatinas .
Pobre feiticeira...
Nem ídolo, nem temor,
Sequer personagem maléfica nos contos infantis.
Perambula pelo zênite
Em piruetas fantásticas
Para que dela se lembrem...
Traja-se de bruxa, verruga no nariz,
Roupa esgarçada, saltos gastos,
Chapéu já sem forma,
Vassoura careca...
Perdeu seu papel...
Carrega a bandeira do Bem,
Vela pela Fantasia,
Povoa o imaginário.
Descobriu a paixão!
Mas há tanta poluição...
(escrita em out/1983 )
Pobre feiticeira...
Corta os espaços nos claros da lua,
Escrevendo em purpurina presságios benfazejos,
Coalhando de votos o manto do céu!
Não mais prepara filtros de amor
Nem espalha sortilégios;
Não se disfarça em fada-madrinha
Nem abre o Livro Secreto.
Não mais Sibila, Cassandra nem Circe.
Houve um tempo,
É verdade...
Operava o destino, tornava-o Fatu,
E enlaçava-se sem pudor ao Príncipe do Ar
Nas noturnas festas sabatinas .
Pobre feiticeira...
Nem ídolo, nem temor,
Sequer personagem maléfica nos contos infantis.
Perambula pelo zênite
Em piruetas fantásticas
Para que dela se lembrem...
Traja-se de bruxa, verruga no nariz,
Roupa esgarçada, saltos gastos,
Chapéu já sem forma,
Vassoura careca...
Perdeu seu papel...
Carrega a bandeira do Bem,
Vela pela Fantasia,
Povoa o imaginário.
Descobriu a paixão!
Mas há tanta poluição...
(escrita em out/1983 )