Paragem

De um a trezentos... longa viagem

Amores... dores... realidade... miragem

Erros e acertos enredados na rede dos versos

Que foram pescados como peixes no deserto

Ou deitados em redes penduradas

Nas estrelas reluzentes do universo

Sou as fases da lua misturadas

Sou as poesias mal rimadas

E as músicas desafinadas

Sou andarilha que criou a própria trilha

E inexplicavelmente se perdeu

Não havia luz, apenas intenso breu

Aprendi a ser minha mãe e minha filha

E a brincar de ciranda com meus eus

Trezentos passos ao longo dos anos

Andados a esmo pra lugar nenhum

Porque não havia um único plano

Nenhuma bússola, nenhuma rota de fuga

Não havia sequer saída de emergência

Enxerguei dois... onde só havia um

E senti um... onde sempre houve dois

Meus opostos em eterno dilema

Tentaram juntar o antes e o depois

Sem perceber que o agora era o problema

Fiquei presa na minha própria armadilha

Sou única habitante de minha ilha

Perdida entre a malícia e a inocência

Travei todas as guerras e lutas

Em busca da única estrela que brilha

E a encontrei na minha consciência

Vou me trancafiar por noites e dias....

Impossível alguém me encontrar... Só na poesia!

Ane Rose
Enviado por Ane Rose em 12/02/2021
Código do texto: T7182720
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