Paragem
De um a trezentos... longa viagem
Amores... dores... realidade... miragem
Erros e acertos enredados na rede dos versos
Que foram pescados como peixes no deserto
Ou deitados em redes penduradas
Nas estrelas reluzentes do universo
Sou as fases da lua misturadas
Sou as poesias mal rimadas
E as músicas desafinadas
Sou andarilha que criou a própria trilha
E inexplicavelmente se perdeu
Não havia luz, apenas intenso breu
Aprendi a ser minha mãe e minha filha
E a brincar de ciranda com meus eus
Trezentos passos ao longo dos anos
Andados a esmo pra lugar nenhum
Porque não havia um único plano
Nenhuma bússola, nenhuma rota de fuga
Não havia sequer saída de emergência
Enxerguei dois... onde só havia um
E senti um... onde sempre houve dois
Meus opostos em eterno dilema
Tentaram juntar o antes e o depois
Sem perceber que o agora era o problema
Fiquei presa na minha própria armadilha
Sou única habitante de minha ilha
Perdida entre a malícia e a inocência
Travei todas as guerras e lutas
Em busca da única estrela que brilha
E a encontrei na minha consciência
Vou me trancafiar por noites e dias....
Impossível alguém me encontrar... Só na poesia!