MIRTES E O RETORNO DE JESUS Cap. IV
Descer até o túmulo
do que deseja ser perdido
pelo fim marcado de ossos
e rostos que podiam ser
faces que podiam dizer
Corpos que podiam estar nus
Gozando embebidos em doses
escuras doses de humor
sexo e terror vibrando lá dentro
podia ser inferno das bestas
Aquele comia um pedaço
de roupa feminina sufocado
de uma gargantilha preta
que perguntava sua garganta
outro de bruços feminino
Oferecendo o corpo aos demais
em poses loucas sentadas nas
tábuas quebradas onde pregos
afiados penetravam suas pernas
Nada desenhava um santo
calvário de cristos pedindo
um socorro ao martírio no escuro
orando pra luz lá cima
Ca embaixo onde está quem
Deseja este amuleto dourado
Ele procura as mãos unidas
junto ao peito queimado do corpo
tinha um riso estranho disfarçado
Tinha um sentido de lágrimas
orando ao divino espírito olhando
este símbolo sagrado possuído
de minhas luxúrias famintas
O perigo morre num veneno
hipnótico e o mundo da fuga
o mundo do desespero desaparece
As paredes lamacentas pedras
pontiagudas aquele sangue
pintado d'outto dia perdem valor
Teias morcegos aves do subúrbio
que descem pra buscar alimento
são borboletas coloridas no jardim
Eis teu fim deixado como estava
Deixarei enterrado o que pertencia
ao medo profundo ao medo que via
Este teu retrato agora carrego
comigo lá pra cima ....ficará vivo!