MIRTES E O RETORNO DE JESUS Cap. III
Sangue derrama lágrimas
por sobre tudo que parece
antever o desejo de suicídio
Sangue porque trouxe minha
alma até aqui depois de sofrer
de ver o mundo pelos olhos
abutres olhos do inferno
Agarra o símbolo do imortal
Traz até o peito e olha pra cima
É frio como o nevoeiro descendo
Escorre por dentro a vertigem
Do chão se abrindo como
se a pele caísse do corpo
Ficando nu de todo claustro
O fantasma da imensidão
profunda habita o fim de
toda luz que possa estar a frente
Caminha surdo das coisas
ao redor tudo morre derrepente
Passos ouvidos no espaço
devagar andando p'ra qualquer
outro lugar levado pelo frio
daquilo que segura entre as
mãos que segura sua mente
Entre as mãos existe alguém
que fala sussurrando uma vontade
Era tarde o sol indo ao descanso
horizonte nebuloso convida
ao desespero da noite que
se aproxima calma vestida
de seres pra seres o intruso
de pés arrastando folhas secas
Parece que conhece o destino
A sua sombra reflete um menino
que tem flores pra entregar
A sua sombra muda de lugar
Ele está de novo olhando
pra dentro da caverna
Quer resolver o mistério
Quer se entregar moribundo
Necessitado decapitado do
que tinha e do que o levou lá em cima
voltou vazio e temente
A fome agora é símbolo
Vai desejar matar o sacrifício!