Alto lá!

A palidez da lua
sobre a fluidez da rua
que corre para descansar.

Nos edifícios ensimesmados,
indiferentes, calados,
elevadores pra lá e pra cá.

A manhã não demora.
A noite devora as horas
entre deitar e acordar.

Logo volta, portanto, a rua
e o sol em vez da lua
é que faz a rua voltar.

Se a terra fica dourada
ou mesmo prateada
quem é que vai reparar?...

- Ninguém! É a resposta da precipitação.
- Alto-lá! Se insurge a ponderação:
- Há de haver um poeta, se ainda há sol e luar.
Antonio R Filho
Enviado por Antonio R Filho em 06/02/2021
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