MIRTES E O RETORNO DE JESUS Cap. II

Veria mais provável

o fogo descer pelo corpo

quando a pele secar

de toda água que nunca

soube fazer subir até os olhos

Estas lágrimas impuras

de juras e gritos nos escombros

de árvores podres onde

habitam as vozes inquietas

que acordam sempre a noite

não dizem nada p'ros céus

O céu te deixa sozinho

A noite o céu pode querer

gostar do aroma doce do teu

sangue que veias palpitam

diante do medo vestido de brumas

Descobre as folhas feito manto

num canto de língua desconhecida

O metal pode sumir pela falta

do perfume é imune ao tempo

O tempo caminhará junto

a todo corpo sofrido das coisas

embrutecidas marcadas fissuras

de fuga se deixar cair pra traz

o que trouxe junto consigo

Porque trouxe contigo o nome

sanscrito talhado que mal entendia

por ser parecido com algum

símbolo aquele ídolo esquecido

por hora venceu a fone habitada

de luxúria e venenos da sorte

diante da morte deitada frágil

indefesa também perdida

Mas teve a agonia segura entre

as mãos que mãos ficaram

clamando orando pra cima

No seio do tronco velho caído

brilhava em pé como altar

a soma de todos os seus pedidos

Ficou parado sentado nada sofria

ficou tentado a proferir versos

dos livros antigos pra pedir

clemência perdoe a fraqueza

Perdoe o bárbaro estúpido que

não viu o mistério escondido

na caverna onde agora acima

nasciam brotos novos de Lírio.

Música pra leitura: Ufomammut / Void