Turbilhão

Como um beija-flor que paira no ar

Paro no tempo, por um momento

Respiro fundo, me convenço

De que é necessário recomeçar

É uma vez mais, mas não a derradeira

Reinvento-me por pura necessidade

Sou fruto da árvore da vitalidade

Que de si mesma se alimenta

Nunca fui a última nem a primeira

Sou uma mistura de mel e pimenta

Que sacia a própria fome

Prefiro a paz, mas às vezes sou guerreira

Preciso acordar depois de madrugada insone

Sou várias com único nome

Sou múltiplos fragmentos em comunhão

Que às vezes se repelem, caem no chão

Sou sozinha no meio da multidão

E sou a própria multidão no meio do nada

Nem vazia, nem cheia... inacabada

Sou a calmaria inventada no turbilhão.

Ane Rose
Enviado por Ane Rose em 05/02/2021
Código do texto: T7177322
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