Turbilhão
Como um beija-flor que paira no ar
Paro no tempo, por um momento
Respiro fundo, me convenço
De que é necessário recomeçar
É uma vez mais, mas não a derradeira
Reinvento-me por pura necessidade
Sou fruto da árvore da vitalidade
Que de si mesma se alimenta
Nunca fui a última nem a primeira
Sou uma mistura de mel e pimenta
Que sacia a própria fome
Prefiro a paz, mas às vezes sou guerreira
Preciso acordar depois de madrugada insone
Sou várias com único nome
Sou múltiplos fragmentos em comunhão
Que às vezes se repelem, caem no chão
Sou sozinha no meio da multidão
E sou a própria multidão no meio do nada
Nem vazia, nem cheia... inacabada
Sou a calmaria inventada no turbilhão.