O ENÍGMA DO SILÊNCIO

Há mais dizível no meu falar torto

Do que no vazio

Do falar morto que define todos

Na audiência triste das digitais polifonias dedicadas aos outros,

As falsas alegrias,

Que me matam aos poucos.

Toda palavra é um silêncio

Que guarda um sentido

Em segredo,

Que inventa vida

Dentro das letras nuas

Na vertigem de abismos,

Multiversos, contra ordem

E delírios que me reduziu

A sabedoria bruta do veneno

E do esquecimento.

Nenhuma ordem existe

Ou persiste.

Tudo morre

E o dito quase não tem sentido.