Sentado na rua.

Aqui estou,

Mas não me cabe lugar algum.

Meus pés que antes eram firmes

Agora são lembranças quase apagadas

Como pegadas que o mar levou.

No meu couro,

A tinta ainda habita, colorindo em preto a

Juventude apagada pelo sol e pelo tempo.

Eu fui ,

E não mais voltei, perdido entre as máquinas

De ferro e carne, condenado a sempre olhar para o céu, batendo palmas, esperando no mesmo lugar em que o tempo me deixou,

Murmurando meu mantra e me convencendo

Que o nem tempo, nem nínguem me abandonou.

Paulo Alcides
Enviado por Paulo Alcides em 03/02/2021
Reeditado em 03/02/2021
Código do texto: T7175291
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