A morte da flor
Morreu a flor
Mas viveu um ápice
Sem sujeira de raiz
Vestígios de solo
Morreu a flor
A flor Rosa
A bela,
O Belo
Mas plantada no olhar que a colheu
Floresce sempre o seu momento
Perene no dentro
No horto celeste
Em nós
Na alma
Que é lisa,
Sem nós
De carne
A rosa morreu
No antes e depois
Sol só meio dia
Sem crepúsculo de fenecer
Sem aurora de se nascer
Vive aquela Rosa
Formosa, perfeita,
Fogosa, deleita,
E sustenta o solo
O equilibra
Suspenso pela sua leveza
E ele vive porque a mantém viva
E vive pela sua beleza
Já morta
E eterna
Na horta
Etérea