A morte da flor

Morreu a flor

Mas viveu um ápice

Sem sujeira de raiz

Vestígios de solo

Morreu a flor

A flor Rosa

A bela,

O Belo

Mas plantada no olhar que a colheu

Floresce sempre o seu momento

Perene no dentro

No horto celeste

Em nós

Na alma

Que é lisa,

Sem nós

De carne

A rosa morreu

No antes e depois

Sol só meio dia

Sem crepúsculo de fenecer

Sem aurora de se nascer

Vive aquela Rosa

Formosa, perfeita,

Fogosa, deleita,

E sustenta o solo

O equilibra

Suspenso pela sua leveza

E ele vive porque a mantém viva

E vive pela sua beleza

Já morta

E eterna

Na horta

Etérea

David Ariru
Enviado por David Ariru em 03/02/2021
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