Reabrindo o Canto de Amor e Paixão...
O tempo desmancha o calendário
E prende na parede as minhas mágoas...
Minha solidão já navegou num aquário
Cheio da minha tristeza vertida em águas.
Perdido de mim, não poucas vezes, viajei-me fundo,
Pelos mares sem deuses do meu mundo...
Reabro meu canto de amor e paixão,
Que disso jamais me calo:
Houve muitas que partiram meu coração,
E houve esta, que chegou para consertá-lo.
Meu tempo não se mede e não tem hora,
Pois, da amada, dura todo crepúsculo e aurora....
Estranho poeta sou, cheio de tantas vidas,
Mãos dadas com a quimera do amor, nessas andanças,
E que me tornaram herdeiro das manhãs coloridas,
Iluminadas pelo sol das grandes esperanças!...
Se valeu a pena, como posso sabê-lo,
Se já ficou branco o meu cabelo?...
Santiago Cabral