BAMBINA

Eu fechei os olhos

e o paraíso me abraçou

com a voz mansa dos ventos

e a ternura das nuvens.

Dei-lhe um nome italiano

porque contava a lenda

que as crianças moravam no céu.

E o paraíso, assim,

se chamava: bambina.

Quando abri os olhos novamente

eu descobri que estava

inocentemente, amando...

porque, ah, Fernando:

amar é a única inocência

e eu era criança também.

E quem sabe ao longe

o paraíso ainda esteja gritando o meu nome

com os braços estendidos

e os olhos cheios de perdão,

amando também

sem que saiba por que

um abraço, às vezes,

é tão profundo.

Sivaldo Souza
Enviado por Sivaldo Souza em 02/02/2021
Código do texto: T7174825
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.