Crepúsculo a orla da cidade
Crepúsculo a orla da cidade
A fescenina burlesca brisa
Das obscenas cenas da poesia
Que o estentórico poeta anuncia
Esse crepúsculo á urdir num fundo vário.
Um céu rubiginoso principia
Da ferrugínea cor desses navios
Das balsas grandes que longe passam o rio.
Se vão da beira os meus olhos apressados.
E assim escondem-se ao sol,
Do outro lado
Ficam nos céus uns vermelhos indecisos.
E o véu escuro que encobre tudo isso
Furtam as cores desses olhos solitários.
Francisco Cavalcante