Quimera vã diante da janela.
da ponta do  iceberg
 dessa casa  nada sei
vago só pelas ilhas da cozinha
pelos quartos continentes
que soberba a minha de contemplar estrelas...
Sou musgo e hera 
aranha nunca  tecedora de girassóis
Minhoca da velha oca sem cocais
Onde vou com este meu chapéu de luas
A noite o planeta perde a cor
Fumaça e línguas se misturam em alecrim
Ontem ela cozinhava feijao preto
E as grimpas  espolcavam seus fogos
de artifício dentro da fornalha
do velho fogao de tijolos
cheiro de fumaça e manjerona
Ia até o fundo do quintal colher estrelas que plantava
Enquanto Orvalha sobre as lápides
o condor morreu no século dezenove
Ouço seu eco até hoje 
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jamais adorar um bezerro de ouro
Algumas flores apenas e eu reconheci
sua sepultura
Brilhava a manhã de alvéolos verdes
ela era eu e tinha 15 anos
ela fez poema pra ele 
Sofria das angústias de ver o céu
Refletido no poço
Depois vieram muitos janeiros
Cresceram as mudas de buganvilia
Na casa construida pelo suor e cobiçada pelo monstro devorador
Estou há dez estações do caminho e sem  nada na sacola púrpura
daquela palavra que nada diz...